Mossoró perde o jornalista Emery Costa
Acometido da Covid-19, o jornalista mossoroense Emery Costa faleceu por volta das 13 horas e 30 minutos desta sexta-feira, no Hospital São Lucas, em Natal, onde estava internado há 14 dias.
Emery era casado com a bancária Maysa de Almeida Costa e pai de Emery Júnior e Maíria.
Emery era casado com a bancária Maysa de Almeida Costa e pai de Emery Júnior e Maíria.
O corpo de Emery Costa vai ser sepultado ainda hoje em Mossoró, provavelmente até as 23 horas.
Foto reproduzida do blog do jornalista
Carlos Santos
A seguir, transcrevo um texto que escrevi sobre Emery, no dia 15 de março de 2007.
A carreira de Emery Costa, agora na televisão
Ao longo dos anos, os meios de comunicação de
Mossoró evoluíram em tecnologia, obrigando seus profissionais a acompanharem
esses avanços.
O radialista Emery Costa é um exemplo dos que
passaram por todas essas fases e se adaptaram a tais mudanças. Ele se confunde
com a história da radiofonia mossoroense e, particularmente, com a da Rádio
Rural.
Por volta de 1970 (“lá se vão 37 anos”), morávamos
na zona rural de Governador Dix-sept Rosado. O rádio se constituía (e ainda é
assim) em importante meio de informação e entretenimento. Emery já atuava. À
época, a sua voz despertava a curiosidade. Tentávamos imaginar qual a
fisionomia do comunicador.
Emery se tornou uma referência de credibilidade do
rádio mossoroense. Tempo de noticiosos como “A Rural leva o mundo à sua casa” e
do “Jornal regional”. E de programas como “Carro de praça” e “Ponto por ponto”,
criados e apresentados por ele.
Depois, Emery seria um dos fundadores do jornal
Gazeta do Oeste, onde passou a escrever uma coluna a convite do jornalista
Canindé Queiroz. Mais tarde no centenário O Mossoroense, sob a direção do
deputado Laíre Rosado. E, também, no programa Observador Político, na Rádio FM
Resistência.
Há poucos dias, encontramos Emery e perguntamos
sobre a volta à Rádio Rural, como apresentador do Ponto por Ponto. Após
confirmar a estréia do programa, ele disparou: “Um radialista em fim de
carreira.
Quarenta anos em atividade, Emery construiu o rádio
em Mossoró, desde as gravações em rolo até o advento das transmissões pela
Internet. Trabalhou com os gravadores tipo “tijolão” (alusão ao tamanho), fitas
cassetes, discos de vinil e testemunhou o uso dos CDs e dos computadores. No
jornal, viu operar as máquinas linotipo e a chegada das impressoras ofsete;
redigiu textos em máquinas de datilografar e teve que superar a resistência e
se adaptar à novidade dos computadores nas redações. Na interação com o leitor,
fez bom uso dos telefaxes e adotou o e-mail como ferramenta de trabalho.
O filho de seu Eliseu vem da época da diagramação
dos jornais como um processo artesanal onde régua, tesoura e cola foram
instrumentos indispensáveis. Até serem substituídos por softwares como Adobe
PageMaker e QuarkerXPress. Emery vivenciou os tempos do processo químico da
fotografia e das câmeras digitais.
Eis que, de repente, lá está Emery Costa, frente a
frente com as câmeras de televisão. Ele é um dos apresentadores do programa
Observador Político, agora transmitido pela FM Resistência e, simultaneamente,
pela TV Mossoró Canal 7, emissora afiliada da Rede Gênesis.
Sua longevidade no rádio e no jornal, e a nova
experiência na televisão, dão-lhe o privilégio de poder acompanhar o processo
de constantes transformações que permeiam a mídia de Mossoró.
Mas fique clara uma coisa: o blogger e Emery Costa
não são velhos. Emery iniciou muito cedo no rádio. O outro começou a ouvir
Emery ainda menino. Agora, Emery está nas páginas de O Mossoroense, nas ondas
do rádio e na televisão. Falta criar um blog, ferramenta de interação da
hora.