sexta-feira, 29 de março de 2024

 

PT, PV e PC do B anunciam apoio

 à pré-candidata a prefeito, 

Zineuda Macedo, do MDB



Zineuda Macedo (em pé, de blusa verde), com integrantes

da Federação PT-PV e PC do B



Pré-candidatos a vereador e lideranças, com Zineuda


A Federação PT-PV-PCdoB anunciou, no domingo dia 24 de março, a disposição de se unir ao MDB para apoiar a ex-vereadora Zineuda Macedo à Prefeitura de Governador Dix-sept Rosado, nas eleições deste ano.

A costura política envolveu lideranças como o presidente petista local, ex-vereador Raimundo Avelino da Costa (Sula), ex-prefeitos Antônio Freire e Lanice Ferreira, médico Eliezer Laurindo e pré-candidatos a vereador.

 Deverão fortalecer ainda a composição político-partidária, o vereador Thalis da Pedra e o ex-vereador Evandro Carlos (Vandinho). 

 

Isabel Martins, Belinha, morre

em Gov. Dix-sept Rosado, aos 91 anos



Uma existência marcada pela dignidade


Quando alguem parte da vida terrena, e quando essa pessoa é da família, vem à mente as qualidades e as marcas deixadas na sua existência.

De tia Belinha (Isabel Fernandes da Costa), nascida no dia 21 de junho de 1932, filha de Paulo Martins da Costa e Benta Martins da Costa, a qualidade que mais me chamava atenção era a resiliência, no sentido de permanência no seu espaço.

(Nos últimos anos, tia Belinha viveu numa casa situada na Rua Vicente Valentim do Vale, em Gov. Dix-sept Rosado, até o dia da sua partida, em 11 de março de 2024).

Vem à mente também as idas nos tempos da infância, à humilde casa de taipa, onde eles moravam, localizada na lagoa da Cigana, onde hoje ficam os fundos do restaurante do comerciante Marcos Antônio Pereira (Marquinhos de Naci de Afonso).

Ainda sobre a resiliência de tia Belinha, ao ser abordada por outra pessoa para se mudar de sua casa para a de outro familiar, devido a fragilidade da saúde, por causa da idade avançada, e por uma questão de segurança, ela sempre resistiu bravamente à ideia (e bote valentia nisso).

Enquanto reuniu forças, viveu numa casa situada na Rua Vicente Valentim do Vale, em Gov. Dix-sept Rosado, até o dia da sua partida, em 11 de março de 2024. Ali, fez a sua comida, caminhou com as próprias pernas, sobreviveu com os recursos de sua aposentadoria, de modo que o que era pouco parecia ser suficiente para ela.

A impressão é de que viveu como se não tivesse pressa para partir. Isso me fez lembrar do velho maratonista indiano Fauja Singh, que fez sua última prova, em percurso de dez quilômetros, aos 101 anos de idade, na China.

Certa vez, quando lhe perguntaram qual o segredo para a disposição, apesar da idade avançada, Fauja Singh respondeu: “Dou um passo depois do outro”. E disse mais o velho corredor, em relação à saúde: “Só como o que preciso”.

Nas visitas a ela, vez por outra surgiam situações inusitadas. Numa delas, ela apontou para a casa de um dos vizinhos e, na ponta dos pés, apontando com o dedo indicador, disse em voz alta algo que não era exatamente um elogio.

Preocupado, pedi a ela para não dizer aquilo, pois podiam ouvir e não gostar. Mas, não era fácil convencê-la, quando ela colocava algo na cabeça.

Em outra visita, vi umas xícaras chamadas Duralex e demonstrei a minha admiração por ela ainda as possuir, tão bem conservadas. Ao mesmo tempo, eu disse que também tinha duas daquelas xícaras em casa.

Na ocasião eu tinha levado algo simples para ela. Na hora da minha saída, generosa e como querendo me retribuir, insistiu para que eu aceitasse duas xícaras. Não houve jeito e tive que aceitar o presente, dado por ela com tanto carinho.

Quem a conheceu de perto, guarda na memória a lembrança de ter convivido com alguem tão simples e ao mesmo tempo tão singular, de personalidade autêntica e marcada pela dignidade. Creio que o razoável número de familiares e amigos que compareceram à sua casa, na sua despedida, atestam as singelas palavras escritas aqui.