Segurança
deveria começar nos municípios
A
secretária de Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte,
Kalina Leite, afirmou, em entrevista ao jornal “De Fato” (domingo, 20 de março),
que segurança pública a gente não faz com policiais e com viaturas nas ruas nem
com armamento.
Segundo
Kalina Leite, existem outros pontos imprescindíveis. É importante uma rua
iluminada, saneada, projetos de emprego e renda, bom sistema de educação,
escola em tempo integral, cultura, política pública de saúde, projeto de
inclusão social. Isso, em grande parte, é política municipal que precisa se
fazer presente nas comunidades. Se os Municípios conseguem elevar os índices
sociais, a violência diminui por consequência.
A
posição da secretária vai de encontro ao discurso de alguns gestores, que
estufam o peito e dizem estar realizando com recursos próprios isso ou aquilo
para contribuir com a redução da violência, “apesar de segurança pública se
constituir numa obrigação do Estado”.
Um
dia depois da publicação da entrevista, na segunda-feira, 21 de março, no
entanto, durante tentativa de assalto a um cartório, no centro de Mossoró, o
policial militar Wildiney Alves de Andrade foi atingido na troca de tiros e não
resistiu.
Foi
mais um homicídio na cidade, sendo morto um integrante do sistema de segurança
pública.
A
secretária tem razão quando afirma que segurança pública começa nos municípios.
Entretanto, a situação chegou a tal ponto, que nunca se precisou tanto da polícia nas ruas.
E,
se depender das administrações de alguns municípios, o quadro da violência vai
continuar se agravando.
Como
se sabe, em alguns deles, principalmente os menores, as ações se resumem a uma
mão de tinta num prédio a cada quatro anos, uma exposição para foto, uma
pirotecnia aqui e outra acolá, em ano eleitoral.
O
mais se “resolve” na véspera do embate, em meio às inúmeras carências populares.
Então,
enquanto a situação continuar assim, com menos educação, poucas oportunidades
de trabalho, e ausência de políticas de inclusão social no municípios, chame a
polícia.