domingo, 27 de março de 2016

Segurança deveria começar nos municípios

A secretária de Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, Kalina Leite, afirmou, em entrevista ao jornal “De Fato” (domingo, 20 de março), que segurança pública a gente não faz com policiais e com viaturas nas ruas nem com armamento.

Segundo Kalina Leite, existem outros pontos imprescindíveis. É importante uma rua iluminada, saneada, projetos de emprego e renda, bom sistema de educação, escola em tempo integral, cultura, política pública de saúde, projeto de inclusão social. Isso, em grande parte, é política municipal que precisa se fazer presente nas comunidades. Se os Municípios conseguem elevar os índices sociais, a violência diminui por consequência.

A posição da secretária vai de encontro ao discurso de alguns gestores, que estufam o peito e dizem estar realizando com recursos próprios isso ou aquilo para contribuir com a redução da violência, “apesar de segurança pública se constituir numa obrigação do Estado”.

Um dia depois da publicação da entrevista, na segunda-feira, 21 de março, no entanto, durante tentativa de assalto a um cartório, no centro de Mossoró, o policial militar Wildiney Alves de Andrade foi atingido na troca de tiros e não resistiu.

Foi mais um homicídio na cidade, sendo morto um integrante do sistema de segurança pública.

A secretária tem razão quando afirma que segurança pública começa nos municípios. Entretanto, a situação chegou a tal ponto, que nunca se precisou tanto da polícia nas ruas.

E, se depender das administrações de alguns municípios, o quadro da violência vai continuar se agravando.

Como se sabe, em alguns deles, principalmente os menores, as ações se resumem a uma mão de tinta num prédio a cada quatro anos, uma exposição para foto, uma pirotecnia aqui e outra acolá, em ano eleitoral.

O mais se “resolve” na véspera do embate, em meio às inúmeras carências populares. 

Então, enquanto a situação continuar assim, com menos educação, poucas oportunidades de trabalho, e ausência de políticas de inclusão social no municípios, chame a polícia.

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